"Nós não fomos informados sobre essa
iniciativa (da ação). Consideramos que não é um caminho promissor você
judicializar novamente a questão. O mais prudente e construtivo é abrir
um diálogo transparente com nós fizemos", disse Mercadante logo após
participar de um encontro de ministros da Educação da Ibero-América.
A ação é assinada pelos governadores de
Mato Grosso do Sul, Goiás, do Piauí, Rio Grande do Sul, de Roraima e
Santa Catarina.Pelas regras atuais, o piso deve ser reajustado
anualmente a partir de janeiro, tendo como critério o crescimento do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Entre
2011 e 2012, o índice foi 22% e o valor passou de R$ 1.187 para R$
1.451.
Os estados alegaram que essa variação
superior a 22% registrada nos últimos dois anos era "insustentável" para
as contas públicas.Um projeto de lei que tramita no Congresso, com
apoio dos governadores, pretende mudar o parâmetro do reajuste para o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Professores e o próprio
MEC consideram esse critério ruim, já que a correção apenas da inflação
não significaria ganho real para os trabalhadores. Uma mesa de
negociação montada pelo ministério tentava chegar a um "meio-termo" para
esse índice."O MEC tem uma posição clara: nós achamos que o piso tem
que ter um crescimento real e sustentável.
O ritmo pode não ser o mesmo que tivemos
no passado porque realmente as finanças municipais e estaduais tiveram
dificuldade para acompanhar essa velocidade. Mas aquele ritmo foi muito
próprio do momento de grande crescimento do Fundeb, que não irá se
repetir neste ano", disse Mercadante.Não é a primeira vez que
governadores recorrem ao STF questionando a lei do piso.
Em 2008, logo que o projeto foi
sancionado, alguns estados moveram uma ação contestando diversos
conceitos da lei, entre eles o de que o piso deve ser considerado como
remuneração inicial e não total. A ação começou a ser julgada em 2008,
mas a análise só foi concluída em 2011. O entendimento dos ministros foi
que gratificações, bônus e outros acréscimos não poderiam ser
considerados na conta do valor mínimo a ser pago.
Mercadante disse que os governadores têm
liberdade para entrar com a ação e que respeita a decisão. A princípio,
não haverá movimentação por parte do MEC para tentar convencer os
governadores contra a ação. "Se eles quisessem a opinião do MEC eles
tinham perguntado antes e não o fizeram. Nós respeitamos a decisão
deles, mas o MEC tem uma posição clara sobre isso. Achamos que o melhor
caminho é buscar uma solução pactuada, era isso que estávamos
discutindo", disse.
Fonte: Cnte.
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